Até 2000 o Seu Cláudio José Hilgert e a esposa,Leonila Hilgert, criavam gado leiteiro e eram produtores de leite. "Tínhamos daquelas vacas qe produzem até 40 litros de leite por dia" diz Leonila. Mas, de repente, conta o Seu Claudio, entra o Mercosul e atrapalha a produção leiteira. Como? Fácil. O Brasil baixou as guardas para a importação de leite dos países do bloco. O preço despencou e chegou à níveis muito baixos. De tal modo que quem continuou produzindo leite, trabalhava para acumular dívidas. "Por fim tivemos que vender todo o plantel para pagar as contas", contaram.
A salvação foram as novas idéias que apareceram entre elas a capacitação para uma produção orgânica, associativismo para produzir melhor e poder colocar o produto no mercado, cursos sobre ecologia, agroecologia e proteção de nascentes e águas por meio de um programa chamado "Cultivando Água Boa" da Itaipu Binacional que protege as nascentes da BP3 ou Bacia Hidrográfica do Rio Paraná 3.
Hoje, produzindo verduras e frutas segundo métodos orgânicos, os Hilgerts não têm saudade dos tempos das vacas por mais bonitinhas que fossem. As enxurradas de ideias novas que varreram a Costa Oeste ou os municípios Lindeiros ao lago de Itaipu não terminaram por aí. Tinha mais: agricultura familiar que leva ao turismo rural, ao turismo rural na agricutura familiar (TRAF) e outras.
Mas ainda não acabou o repertório de idéias. A idéia de uma produção associada ao turismo o que sigifica que para estar dentro do turismo, nem sempre sigifica que o turista venha à propriedade. Aí o que acontece? A produção vai aos locais onde há turismo ou movimentação ligada ao turismo como eventos, reuniões e outros "ajuntamentos" humanos. Agora imagine o que entra em cena?
"O café colonial" respondem os Hilgerts. Na propriedade ele mantem um livro de visitantes. Lá já aparecem nomes de visitantes que vieram de Cuba, República Dominicana, China e uma dezena ou mais de outros países. A maioria vem ver a propriedade porque ela é exemplo na programação do Cultivando Água Boa. E quando não há visitantes, o que acontece? Os Hilgerts continuam trabalhando na lavoura orgânica, entregam a produção na Associação dos Pequenos Produtores de Missal (APROMIL) e levam o Café Colonial para outras cidades.
"Já servimos o nosso café colonial no Ecomuseu da Itaipu, já cobrimos muitos outros eventos em Foz e já organizamos Café Colonial para o CEAEC", enumera dona Leonila. Como? Que CEAEC? Hilgert responde sem pestanejar: "O Centro de Altos Estudos da Conscienciologia, mas também para a Organização Internacional das Associações Conscienciocêntricas em Foz". Então, pergunto, o Sr já foi ao CEAEC? Claro, várias vezes convidados pelo professor Waldo Viera e mais uma lista de pesquisadores.
Basicamente agradecendo o Mercosul pela falência do modelo leiteiro, os Hilgerts destacam as entidades que desfilam pela antiga Costa Oeste organizando as novas ações e promovendo a convergência entre agricultura orgânica, turismo, turismo rural e geração de rendas: Emater, Sebrae, Apromil e Fórum do Desenvolvimento, Conselho dos Lindeiros, Instituto Caminhos ao Lago de Itaipu, Cultivando Água Boa, PTI e é possível que haja outros.
- "Vivo melhor hoje do que quando tinha vacas", diz. A propriedade dos Hilgerts é praticamente independente. "Só compramos açúcar e coisas que não produzimos", afirma. Na propriedade na área de frutas ele tem uva, figo, abacaxi, e moranguinho. "E temos uma estufa de maracujá em consórcio com o filho" que é formado, faz palestras e dá assistência especializada pelo Oeste afora.
Em casa os Hilgerts têm ainda uma panificação orgânica. Foi por causa dessa panificação orgânica que ele pegou o pessoal do CEAEC pelo estômago. Por causa disso, seu Claudio dá uma dica: "Nós jã não comemos produtos industrializados, embutidos, enlatados. Não é possível conservar uma bolcaha por seis meses. É pura quimica". A propriedade dele é parte do roteiro do "Instituto Caminhos ao lago de Itaipu".
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